Portugal sustentável?

[25/01/07] O primeiro ministro português anunciou no parlamento que “em 2010, 45% de toda a electricidade consumida terá por base energia renovável. Esta meta colocará Portugal na linha da frente das energias renováveis, fazendo do nosso País, a par da Áustria e da Suécia, um dos três Países europeus que mais apostam nesta área.

Este anúncio traduz uma importante aceleração das políticas energéticas e de mitigação dos impactos nocivos das emissões de CO2 e de outras substâncias nocivas para a atmosfera. Trata-se efectivamente de um conjunto de medidas que poderão ter importantes efeitos reprodutivos na estagnada economia lusitana, e que por isso merece a maior atenção dos diversos actores da vida económica, social e política do país.

Vale pois a pena ler o essencial da comunicação de José Sócrates à Assembleia da República:

Energias renováveis

Em 2005, Portugal foi o País da União Europeia que mais cresceu na capacidade de produção de energia eólica. Em 2006 tivemos o segundo maior crescimento, tendo entrado em funcionamento 36 novos parques eólicos, o que significa um crescimento de 60% da potência instalada. E, para que fique bem evidente o ritmo deste crescimento, basta dizer que desde que o actual Governo entrou em funções já foi instalada mais potência eólica do que nos oito anos anteriores.

Mas não foi apenas na energia eólica que progredimos. Licenciámos 8 novas centrais de ciclo combinado. Lançámos 13 concursos para centrais de biomassa. Hoje mesmo, serão conhecidos os resultados das candidaturas para a produção de biocombustíveis. E está em construção a maior central solar do mundo, em Moura.

O Governo já tinha uma meta para 2010 muito exigente: 39% de renováveis. Com o ritmo que imprimimos, estamos em condições de, com segurança e realismo, definir um novo compromisso: em 2010, 45% de toda a electricidade consumida terá por base energia renovável. Esta meta colocará Portugal na linha da frente das energias renováveis, fazendo do nosso País, a par da Áustria e da Suécia, um dos três Países europeus que mais apostam nesta área.

Medidas

— manter um ritmo elevado na instalação de potência eólica, modernizar com novos equipamentos os parques eólicos já instalados e simplificar o seu processo de licenciamento, o que faremos já amanhã com a aprovação de um Decreto-Lei em Conselho de Ministros.

aposta muito forte nos biocombustíveis, definindo também aqui uma nova meta: em 2010, 10% do total de combustível gasto nos transportes deverá ser biocombustível. Desta forma, anteciparemos em 10 anos o objectivo da União Europeia.
aposta (continuada) no biogás, na biomassa, mas também em todas tecnologias emergentes, como é o caso da energia das ondas. Amanhã mesmo aprovaremos em Conselho de Ministros a criação de uma zona-piloto, em S. Pedro de Moel, para a instalação de projectos experimentais na energia das ondas.

Energia hídrica: a questão crítica

Portugal é um dos países com maior potencial hídrico por explorar. Não só 54% do nosso potencial hídrico está por aproveitar, como, paradoxalmente, somos um dos países em que menos cresceu a capacidade hídrica instalada nos últimos trinta anos.

Por outro lado, a energia hídrica é complementar da aposta que estamos a fazer na energia eólica. Crescer na eólica sem crescer na hídrica não faz sentido. Pela simples razão de que a produção de energia eólica durante a noite só pode ser aproveitada recorrendo ao armazenamento que as barragens permitem.

Devemos, por isso, aumentar rapidamente a nossa produção hídrica (reforçando) a capacidade de produção (…) em três barragens: Picote, Bemposta e Alqueva.

E… aumentar nos próximos anos o ritmo de construção de barragens novas. Vamos, por isso, elaborar um plano global de barragens, identificando todos os locais com potencial hidro-eléctrico, plano esse que será submetido a uma avaliação ambiental estratégica. No total, deveremos atingir mais 1300 MW de potência hídrica, boa parte dos quais ainda durante o período de cumprimento de Quioto.

Redução de emissões

Mas não basta aumentar a produção de energia limpa. É preciso reduzir as emissões.

Encerramento de centrais: Central de Tunes, a gasóleo, e dois grupos da Central do Carregado, a fuel, encerrarão definitivamente já em 2008. A Central do Barreiro, a fuel, encerrará em 2010. E também em 2010 as restantes centrais a fuel entrarão num regime de funcionamento zero, mantendo-se apenas para casos de emergência.

Até 2010, as nossas centrais a carvão irão substituir entre 5% e 10% do carvão aí queimado por biomassa ou resíduos, permitindo reduzir as emissões até 1 milhão de toneladas de CO2 por ano.

Eficiência energética

Mas temos também que apostar em melhorar a eficiência energética da nossa economia. E quero anunciar, neste domínio, algumas novas medidas, que nos permitirão cumprir as metas de Quioto.

um programa de micro-geração, por forma a democratizar a produção de electricidade, tornando-a acessível a todos. Qualquer um de nós, na sua própria casa, poderá ser, não só consumidor, mas também produtor de electricidade, vendendo à rede aquilo que não consumir.

regime de compras públicas ecológicas. As compras do Estado são um instrumento eficaz para induzir eficiência energética nos fornecedores e no Estado, sobretudo nos domínios dos transportes e dos edifícios.

ponderação ambiental no Imposto Automóvel. No ano passado, introduzimos uma componente ambiental de 10% neste imposto. Quero anunciar-vos que, já a partir do próximo dia 1 de Julho, será 30% e, a partir de 1 de Janeiro de 2008, esta percentagem subirá para 60%. Portugal estará assim na linha da frente dos países que adoptaram a eficiência ambiental como critério decisivo na taxação do automóvel.

Fiscalidade ecológica

incentivo à aquisição de lâmpadas de baixo consumo, taxando mais as lâmpadas incandescentes, que duram menos tempo e gastam 80% mais energia.

Manter a liderança europeia nas alterações climáticas

As alterações climáticas serão a problemática global mais marcante dos próximos anos. Creio que este conjunto de medidas dará um novo e forte impulso à redução de emissão de gases com efeito de estufa, à redução da nossa dependência energética, ao incremento da investigação e desenvolvimento e colocará Portugal em linha com os países mais avançados no combate ao aquecimento global.

Portugal, durante a presidência portuguesa da União Europeia, desempenhará uma posição de destaque na condução da política europeia neste domínio. A XIII Convenção ONU das Alterações Climáticas, que se realizará em Bali, será o momento para afirmar a União Europeia como o bloco político de vanguarda neste tema e liderar as negociações que permitam o arranque de um novo regime climático.

Comunicação integral de José Sócrates à Assembleia da República.

2 responses to “Portugal sustentável?

  1. Se muito se tem feito nestes ultimos tempos nas energias renovaveis eu gostaria de deixar aqui o meu apelo as entidades governamentais que existe um excelente local para fazer a maior barragem portuguesa que tiraria as dificuldades em energia renovavel em Portugal tal como seria fabuloso para o desenvolvimento da agricultura de regadio do Alentejo e uma reserva de agua como não existe em Portugal “barragem do alvito ocresa situada no distrito de Castelo Branco. Fica aqui esta mensagem para quem de direito dar avanço a este projecto ja bastante antigo e muito falado na região analisem e vejam aqui esta o maior tesouro de agua e energia futura para Portugal … Muito obrigado.

  2. IMPATTO SUI CONSUMI 100 MILA STUFE A LEGNA ECOLOGICA

    Ha senso che mi compri una stufa a legna ecologica per ridurre l’effetto serra?

    Prova ad immaginare se entro un mese 100 mila persone passassero dal gas metano od olii combustibili, alla stufa a legna ecologica.

    Se mediamente il costo del riscaldamento è di 70 € al mese, sarebbero 7 milioni di euroal mese in meno che finirebbero nelle tasche dei nemici dell’umanità.

    Inoltre diminuendo la domanda di gas e petrolio si ridurrebbe anche il loro prezzo e perciò sarebbero almeno altri 7 milioni di euro in meno al mese nelle tasche dei nemici dell’umanità.

    Poi comprando prodotti 100 Milioni di Tonnellate daresti reddito a migliaia di boscaioli.

    Se disponi di un giardino potresti alimentare la tua stufa gratis potando gli alberi.

    Se nelle tue vicinanze dei tuoi amici o dei tuoi parenti avessero un bosco, potresti anche rifornirti gratuitamente di rametti secchi e piante sfruttabili razionalmente.

    Inoltre rifletti, usa la testa, quanta anidride carbonica in meno verrebbe emessa nell’atmosfera?

    La biomassa secca e la legna ecologica si ossidano naturalmente e quindi emettono comunque gas serra.

    Bruciando legna ecologica nella tua stufa sfrutti in maniera più rapida il processo di ossidazione utilizzando il calore che invece andrebbe disperso comunque nell’atmosfera liberando anidride carbonica.

    Bisogna dare il buon esempio, se cominci tu, se questa diventasse la tua dinamica nonviolenta, vedrai che magari te ne vengono dietro veramente 100 mila.

    La biomassa secca e la legna ecologica per dirsi tali devono avere questa caratteristiche:

    – abbattimento di piante già morte senza intaccare alberi vivi

    – biomassa secca, foglie, rametti, scarti lavorazioni agricole, potature di parchi e giardini, metodo del ramo bello annuale

    – sfruttamento razionale delle foreste metodo della matricina per piccole strisce di bosco o 1 pianta ogni 4

    – salvaguardia alberi secolari, generi protetti, boschi storici, habitat, ecosistema

    – produzione locale

    – lavorazione ecologica (sega a mano, sega elettrica, cippatrice elettrica, accetta, machete, scure)

    – assenza di spese aggiuntive di costi energetici di trasporto via nave e via terra per migliaia di chilometri

    – retribuzione 20 € per ogni ora di lavoro applicata

    100-milioni-di-tonnellate.blogspot.com

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